quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Guilherme Francisco, Ecaja e outras histórias





Membro do Ecaja (Estúdio Cinematográfico Amador de Jovens Acreano), Guilherme Francisco, cineasta, começou a participar das produções do grupo aos 14 anos e logo conheceu os limites do trabalho amador. Realidade estrutural distante de Hollywood, na década de 1970, a aquisição do equipamento era impossível, exigia grande investimento, tiveram que recorrer ao único comerciante que disponibilizava desse material na naquele momento.

“A maior dificuldade era financeira, na época do Super-8 nós não tínhamos dinheiro para custear o material película, era muito caro e nós desempregados. Ficava difícil da gente produzir, né? Mas nós tivemos o apoio do Medeiros [dono de joalheria] que na época emprestou uma câmera e a gente só comprava os filmes dele”, recorda o cineasta.

De acordo com Guilherme Francisco, o Ecaja parou de produzir quando as filmagens ainda eram apenas em Super-8. As inovações proporcionadas pelo VHS em 1989, seguidas pela imagem digital, já mais atual, foram o apoio para que Guilherme formasse sua própria equipe.

“Hoje é mais fácil, porque com uma câmera e um microfone você faz qualquer trabalho. Eu continuo produzindo porque eu tenho minha própria filmadora, meu próprio equipamento. Eu comecei aos 14 anos e tenho quase 52 (...) e aí não parei de produzir, já fiz várias produções longa-metragem, curta-metragem e alguns documentários”, afirma.

Uma criação cinematográfica de grande porte ainda não existe no Acre. Quem se aventura nesse segmento tem recorrido aos editais da lei de incentivo à cultura, existente desde 1999. Guilherme Francisco aponta o tempo e a estrutura do ambiente das filmagens como aspectos desafiadores.


Guilherme Francisco durante as gravações do filme "Fogão de Lenha" 
A ousadia dos cerca de 40 jovens que deram início ao Ecaja, permanece impulsionando a cultura cinematográfica. “Mas o interesse era do próprio grupo de mostrar o cinema acreano, como aconteceram diversas produções que nós realizamos e aí hoje virou história. Existe uma história do cinema acreano”, completa Guilherme Francisco.

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